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As estimativas colocam no topo dos empregos atuais que poderão estar mais em risco os setores das atividades administrativas e das atividades informáticas e telecomunicações.
Em Portugal estima-se que a inteligência artificial possa levar à perda líquida de 80,3 mil empregos, que se traduzem na automatização de 481 mil empregos e na criação de 400 mil empregos, indica um estudo da Randstad Research.
A análise indicou que se espera que o impacto desta tecnologia seja sobretudo nas tarefas com maior utilização da linguagem. Segundo os dados da Goldman Sachs, estima-se que 18% do trabalho poderia ser automatizado pela IA a nível mundial, principalmente nas economias desenvolvidas, impacto que poderia conduzir a um aumento da produtividade e, consequentemente, do PIB mundial anual em 7%.
A análise quantitativa da Randstad constituiu vários grupos, de acordo com o grau de exposição à IA e concluiu que funções profissionais como IT, Finanças; Vendas; Operações; Recursos Humanos; Marketing; Jurídico e Cadeia de abastecimento são as que apresentam o mais alto grau de automatização e atualização, tendo, por isso, um maior grau de exposição.
Ao mesmo tempo, a expansão da IA nas empresas deverá criar novas oportunidades económicas, novas profissões e empregos. A quantificação deste efeito para a próxima década em Portugal mostra a criação de 400 mil de novos postos de trabalho, que não existem atualmente, mas que surgirão em resultado dos efeitos positivos derivados da nova tecnologia. A estimativa do efeito líquido que a IA deixará no emprego do país será ligeiramente negativa, levando a uma perda potencial de cerca de 80,3 mil empregos nos próximos dez anos.
As previsões para a economia portuguesa colocam no topo dos empregos atuais que poderiam estar em risco os setores das atividades administrativas e das atividades informáticas e telecomunicações que poderiam ter potencialmente 18% e 17% dos seus processos automatizados. Por outro lado, os setores em que se espera o maior efeito, em termos percentuais, do referido processo de criação de emprego serão as atividades informáticas e telecomunicações (29% dos novos postos de trabalho) e as atividades de consultoria, científicas e técnicas (14%). Relativamente ao aumento de produtividade estimado, serão os setores das atividades financeiras e de seguros e das atividades informáticas e telecomunicações (36%), seguido das atividades de consultoria, científicas e técnicas (27%).
Por fim, uma análise qualitativa da Randstad, com base em inquéritos a empresas e a colaboradores, realizada durante o período de janeiro a fevereiro de 2024, mostrou que a maioria das empresas em Portugal já utilizam IA, e para uma grande variedade de funções.
Já 37,3% das empresas inquiridas (na sua maioria grandes empresas com mais de 250 trabalhadores) ainda não incorporaram a IA em nenhuma das suas atividades. As principais razões desta situação prendem-se com o facto de a IA estar num estado de adaptação recente e, por conseguinte, apresenta ainda problemas, como a falta de precisão ou qualidade dos outputs, segundo as respostas. Além disso, os colaboradores não possuem as competências necessárias para a utilizar e as empresas não encontram aplicações que lhes permitam ser mais produtivos. Finalmente, a legislação relacionada com a AI encontra-se em desenvolvimento e há muitas incertezas relacionadas com a responsabilidade ou a proteção de dados.
As expetativas das empresas são elevadas, uma vez que 72,2% das inquiridas para este estudo acreditam que esta tecnologia irá impulsionar a atividade no seu sector e 82,9% esperam melhorias na sua própria produtividade. Por fim, ainda a destacar que enquanto apenas 13,7% dos inquiridos estão muito preocupados com a possibilidade de perderem o emprego dentro de 12 meses em resultado da adoção progressiva da IA, quando o horizonte temporal é alargado para cinco anos, o nível de preocupação aumenta para 24,8%. Se a análise for feita para um período de 10 anos, 38,2% dos profissionais estão muito preocupados.
Para mais informações, consulte o site www.randstad.pt/randstad-research/o-impacto-da-ia-no-mercado-portugues.