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eFinance  Atualidade  Estudos  19 mar 2024

Inteligência artificial pode colocar em risco 481 mil empregos na próxima década

As estimativas colocam no topo dos empregos atuais que poderão estar mais em risco os setores das atividades administrativas e das atividades informáticas e telecomunicações.

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Em Portugal estima-se que a inteligência artificial possa levar à perda líquida de 80,3 mil empregos, que se traduzem na automatização de 481 mil empregos e na criação de 400 mil empregos, indica um estudo da Randstad Research.

A análise indicou que se espera que o impacto desta tecnologia seja sobretudo nas tarefas com maior utilização da linguagem. Segundo os dados da Goldman Sachs, estima-se que 18% do trabalho poderia ser automatizado pela IA a nível mundial, principalmente nas economias desenvolvidas, impacto que poderia conduzir a um aumento da produtividade e, consequentemente, do PIB mundial anual em 7%.

A análise quantitativa da Randstad constituiu vários grupos, de acordo com o grau de exposição à IA e concluiu que funções profissionais como IT, Finanças; Vendas; Operações; Recursos Humanos; Marketing; Jurídico e Cadeia de abastecimento são as que apresentam o mais alto grau de automatização e atualização, tendo, por isso, um maior grau de exposição.

Ao mesmo tempo, a expansão da IA nas empresas deverá criar novas oportunidades económicas, novas profissões e empregos. A quantificação deste efeito para a próxima década em Portugal mostra a criação de 400 mil de novos postos de trabalho, que não existem atualmente, mas que surgirão em resultado dos efeitos positivos derivados da nova tecnologia. A estimativa do efeito líquido que a IA deixará no emprego do país será ligeiramente negativa, levando a uma perda potencial de cerca de 80,3 mil empregos nos próximos dez anos.

As previsões para a economia portuguesa colocam no topo dos empregos atuais que poderiam estar em risco os setores das atividades administrativas e das atividades informáticas e telecomunicações que poderiam ter potencialmente 18% e 17% dos seus processos automatizados. Por outro lado, os setores em que se espera o maior efeito, em termos percentuais, do referido processo de criação de emprego serão as atividades informáticas e telecomunicações (29% dos novos postos de trabalho) e as atividades de consultoria, científicas e técnicas (14%). Relativamente ao aumento de produtividade estimado, serão os setores das atividades financeiras e de seguros e das atividades informáticas e telecomunicações (36%), seguido das atividades de consultoria, científicas e técnicas (27%).

Por fim, uma análise qualitativa da Randstad, com base em inquéritos a empresas e a colaboradores, realizada durante o período de janeiro a fevereiro de 2024, mostrou que a maioria das empresas em Portugal já utilizam IA, e para uma grande variedade de funções.

Já 37,3% das empresas inquiridas (na sua maioria grandes empresas com mais de 250 trabalhadores) ainda não incorporaram a IA em nenhuma das suas atividades. As principais razões desta situação prendem-se com o facto de a IA estar num estado de adaptação recente e, por conseguinte, apresenta ainda problemas, como a falta de precisão ou qualidade dos outputs, segundo as respostas. Além disso, os colaboradores não possuem as competências necessárias para a utilizar e as empresas não encontram aplicações que lhes permitam ser mais produtivos. Finalmente, a legislação relacionada com a AI encontra-se em desenvolvimento e há muitas incertezas relacionadas com a responsabilidade ou a proteção de dados.

As expetativas das empresas são elevadas, uma vez que 72,2% das inquiridas para este estudo acreditam que esta tecnologia irá impulsionar a atividade no seu sector e 82,9% esperam melhorias na sua própria produtividade. Por fim, ainda a destacar que enquanto apenas 13,7% dos inquiridos estão muito preocupados com a possibilidade de perderem o emprego dentro de 12 meses em resultado da adoção progressiva da IA, quando o horizonte temporal é alargado para cinco anos, o nível de preocupação aumenta para 24,8%. Se a análise for feita para um período de 10 anos, 38,2% dos profissionais estão muito preocupados.

Para mais informações, consulte o site www.randstad.pt/randstad-research/o-impacto-da-ia-no-mercado-portugues.

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